A segunda razão para os conflitos violentos é a ambição. Em conflitos por todo o mundo, aqueles que detêm o poder controlam o acesso aos recursos - sejam naturais ou estatais - e muitas vezes não estão inclinados a partilhá-los. Não devia ser surpresa, portanto, que as disparidades económicas sejam propulsionadoras de conflitos. Em alguns casos, as guerras começam por princípios maiores, mas transformam-se lentamente em rixas predatórias, em que grupos armados se aproveitam ao máximo do conflito e do caos. (...)
A terceira razão para os conflitos violentos é a impunidade. Em muitos países abalados pelo conflito não há responsabilização, não existe o domínio da lei. Governos ou rebeldes, até mesmo milícias, cometem crimes indescritíveis contra a humanidade, sem castigo, sem sanção. A mensagem é clara: podem matar todos os que quiserem que não haverá consequências.»1
Se a mensagem é clara, se as causas podem enumeradas e interrelacionadas e se os actores responsáveis podem ser identificados, qual é então a justificação para a apatia, para a inexistência de uma palavra de ordem para combater e modificar as causas mencionadas e para parar os agentes responsáveis de tais conflitos violentos? Que custos políticos e económicos justificam os custos humanos? É legítimo sequer colocar esta última pregunta já que não deveria a vida humana ser defendida a qualquer custo?
Generalizando, somos cidadãos de uma sociedade egoísta e comodista, que assiste e ouve as noticías como se de uma história de terror se tratasse e que acaba se desligarmos a TV ou o rádio! Quando é que vamos começar a ver, a reflectir, a questionar e a agir sobre a violação de Direitos Humanos na nossa sociedade, no nosso país e em todo o mundo?
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